quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

No dia 22, ato marca um ano da desocupação do Pinheirinho


Às 5h30 da manhã do dia 22 de janeiro de 2012, mais de dois mil policiais invadiram violentamente a ocupação do Pinheirinho. A ação brutal deixou mais de 1.600 famílias desalojadas e causou comoção no mundo todo.

Para marcar a data de um ano da desocupação, um ato será realizado no próximo dia 22, às 18h, no Centro Poliesportivo Fernando Avelino Lopes, em frente ao terreno do Pinheirinho (Rua Walter Dellu, s/nº- Campo dos Alemães).

Quase um ano após a desocupação, o cenário no local e para as famílias ainda é de abandono. Nenhuma moradia foi construída pelo poder público e a situação dos ex-moradores ainda é precária.

O terreno, uma área de mais de um milhão de metros quadrados, voltou a ficar abandonado, sem cumprir qualquer função social. A Selecta, massa falida do especulador Naji Nahas, continua devendo milhões de reais em impostos e multas à Prefeitura.

As famílias covardemente expulsas de suas casas recebem hoje apenas o aluguel social, pago pelos governos estadual e municipal, mas muitas são obrigadas a juntarem seus benefícios para conseguir alugar uma casa.

“Temos o dever de nunca esquecer aquela violenta desocupação, para que não se repita tamanha crueldade. Mas nosso principal dever é seguir exigindo que o povo do Pinheirinho receba suas moradias e os responsáveis pela vergonhosa desocupação, sejam punidos”, afirma Antônio Ferreira, o Toninho, advogado e um dos líderes do movimento.

“Os poderosos pensaram que iriam destruir o movimento, mas nossa luta por moradia não acabou. O Pinheirinho e sua luta continuam vivos”, disse.

Não esqueça. será no dia 22, às 18h, no Centro Poliesportivo Fernando Avelino Lopes, em frente ao terreno do Pinheirinho (Rua Walter Dellu, s/nº- Campo dos Alemães)

domingo, 6 de janeiro de 2013

Pinheirinho, lembrar é resistir!

Assembleia no Pinheirinho
A violenta desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), completará um ano no próximo dia 22 de janeiro. Para que não caia no esquecimento a ação bárbara do governo do Estado de São Paulo e da Polícia Militar, um ato será realizado no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a partir das 19h.

Um ano depois, os moradores ainda lutam por justiça. “Temos o dever de nunca olvidarmos, para que não venha acontecer novamente e, principalmente, exigir moradia para as famílias desalojadas e punição aos responsáveis, disse Antônio Donizete Ferreira, advogado e liderança da ocupação.

A principal característica do bairro era a sua forma de organização. Os moradores deliberavam, em assembleias, sobre questões de interesse específico da comunidade e sobre a atuação política na cidade, no estado e mesmo no país, como nas diversas marchas a Brasília da qual participaram. O PSTU atuava – e atua ainda hoje – na coordenação do Pinheirinho.

A organização e a politização do Pinheirinho provocaram a fúria do Estado e da polícia. No dia em que ocorreu a desocupação, os moradores ainda comemoravam uma trégua acordada na Justiça. Infelizmente, o governo federal, que podia ter efetuado a compra do terreno, nada fez. Ativistas, organizações políticas e sociais, personalidades e pessoas comuns se mobilizaram em solidariedade ao Pinheirinho no mundo inteiro. 

A desocupação
Na madrugada de 22 de janeiro de 2012, os nove mil moradores do Pinheirinho foram surpreendidos com a invasão da Polícia Militar para a desocupação do terreno. Mais de dois mil soldados, cavalaria, helicópteros, bombas de gás, balas de borracha e de fogo foram utilizadas contra trabalhadores que moravam no local há quase oito anos. A ação chocou pessoas no mundo inteiro por sua desumanidade.

As cenas eram de guerra. Famílias inteiras ficaram sem suas casas e foram levadas a abrigos semelhantes a campos de concentração. Foram registradas denúncias de estupro por policiais da ROTA no bairro vizinho, Campo dos Alemães. A violência também teve como consequência duas mortes, uma por atropelamento de um trabalhador e outra de um idoso causada diretamente por espancamento.

Foto:
O terreno ocupado em 2004 pertencia, supostamente, à massa falida da indústria Selecta, pertencente ao megaespeculador Naji Nahas. Além de dever os impostos da área aos cofres públicos, Nahas é um bandido de fama internacional, condenado por diversos crimes financeiros. Mesmo assim, nada foi feito para regularizar o bairro e entregar a terra aos moradores do Pinheirinho.

Durante os oito anos em que lá estiveram, estas famílias construíram um verdadeiro bairro, com igrejas, pequenos comércios e prestadoras de serviços. A comunidade também era conhecida por participar da vida política da cidade, como nos protestos contra aumento de salário dos vereadores e contra o aumento das tarifas de ônibus, por exemplo. No Pinheirinho, a maioria dos trabalhadores era formada por empregadas domésticas, metalúrgicos, garçons entre outros.

Te esperamos para construir nosso ato!

Dia 22 de Janeiro, terça-feira as 19h
Local:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Rua Mauricio Diamante, 65 – Centro – São José dos Campos)