Veja a matéria publicada hoje no jornal O Vale:
Beatriz Rosa
São José dos Campos
O padre Ronildo Aparecido Rosa |
A Diocese de São José dos Campos defendeu um acordo para garantir a permanência das famílias no acampamento, localizado na zona sul da cidade.
“Todos os órgãos envolvidos nesta conversação devem procurar a verdade e a justiça. Se de fato a Selecta S/A pretende vender o patrimônio e os governos se propuseram em regularizar, inclusive pela CDHU, o que está precisando para, de fato, dar o passo para a regularização?”, questionou o pároco da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Ronildo Aparecido da Rosa.
O religioso atua no Pinheirinho há seis anos.
“Temos no Pinheirinho a comunidade beata Madre Teresa de Calcutá, com catequese, liturgia, dízimo, pastorais, encontros semanais e celebrações. Somos uma comunidade religiosa”, disse.
Mediação. O padre quer conversar com o prefeito Eduardo Cury (PSDB) e com a juiza Márcia Faria Mathey Loureiro, que determinou a reintegração de posse da área, para evitar a demolição das casas. O religioso considera a remoção uma violência.
“Nada de violência é a afirmativa mais importante neste momento, sabendo que há vidas em jogo. Demolir os lares não é boa saída para solução social”, diz o padre.
“Se a Selecta S/A manifestar seu interesse de vender a gleba em questão, fica meio caminho andado.”
Em apoio ao padre Ronildo, o bispo de São José, dom Moacir Silva, disse que “a vida e a dignidade humana estão acima de qualquer outro valor” e, por isso, necessitam ser respeitadas e promovidas.
“Tudo o que atenta contra a vida e a dignidade humana precisa ser rejeitado.”
Segundo ele, a Igreja Católica, por meio da paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e seu pároco Ronildo, acompanha bem de perto a situação das famílias no Pinheirinho e, junto delas desenvolve o trabalho evangelizador e pastoral.
Ele pediu cautela nas negociações. “Conclamo a todos, nesta hora difícil, a ter diante dos olhos e das decisões o valor inviolável da vida e dignidade da pessoa humana presente no Pinheirinho.”
Questionados sobre a possibilidade de regularizar o acampamento, a Prefeitura de São José e a Secretaria Estadual de Habitação não comentaram.
Reconhecimento. Lideranças sem-teto comemoraram o apoio da Igreja.
“A igreja sempre esteve presente no Pinheirinho e fez parte da formação do acampamento como um agente social”, disse Valdir Martins, o Marron.
Segundo ele, a Igreja foi parceria na doação de remédios, cestas básicas e na evangeli-zação das famílias.
“A Igreja conhece o povo do Pinheirinho”, disse.
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